Inoculantes biológicos e seu poder na agricultura

    Nos últimos anos, tecnologia proporcionou uma verdadeira revolução na agricultura. Seja no encontro do digital com os maquinários e implementos agrícolas ou na composição dos insumos, cada vez mais eficientes e sustentáveis. Uma prova disso é o crescimento exponencial dos inoculantes biológicos nas últimas duas décadas, que, por vezes, se confunde com o aumento da produção da soja no Brasil.

    Mas afinal, o que são inoculantes biológicos? De acordo com a legislação brasileira, são produtos à base de microrganismos como bactérias e fungos, capazes de proporcionar melhor desenvolvimento para as plantas através da fixação do nitrogênio (N), mobilização do fósforo (P) e do potássio (K), e ainda promover seu crescimento. 

    Atuação dos Inoculantes

    Atualmente, existem no mercado inoculantes líquidos, em gel, turfosos e em novas formulações. O inoculante líquido pode ser aplicado via semente e via sulco de semeadura. Já o inoculante à base de turfa só pode ser aplicado via semente.

    Em suma, os inoculantes agem através de bactérias que fixam o nitrogênio nas raízes das plantas, as quais atuam muito bem em leguminosas, podendo dispensar o uso do nitrogênio de cobertura. O mesmo não acontece com as gramíneas, como o milho, levando à necessidade de complementação com adubos nitrogenados.

    As bactérias mais comuns fixadoras de nitrogênio são as do gênero Rhizobium e Bradyrhizobium associadas à leguminosas, e várias espécies de Azospirillum, associadas à gramíneas.

    Segundo a Associação Nacional de Produtores e Importadores de Inoculantes (ANPII), o uso de inoculantes já chegou a 85% das áreas de soja. Além disso, 97% dos inoculantes utilizados no Brasil são produzidos aqui, fazendo com que o número de registros de produtos biológicos cresça ano a ano.

    Benefícios dos Inoculantes para a Soja

    Conforme relatado acima, na cultura da soja, a fixação biológica de nitrogênio (BNF) é capaz de substituir totalmente a necessidade da adubação nitrogenada. O que acontece é que o inoculante contém bactérias selecionadas de Rhizobium e/ou Bradyhrizobium que, quando associadas às raízes da soja, podem converter nitrogênio da atmosfera em compostos nitrogenados, em quantidades suficientes para o uso da cultura.

    Além da economia obtida com a substituição do uso de fertilizantes nitrogenados industrializados pela inoculação, há o fato de se tratar de uma tecnologia extremamente simples e sustentável.

    Benefícios dos Inoculantes para o Milho

    Um estudo realizado pela Embrapa Agroecologia descobriu bactérias capazes de reduzir o nitrogênio do ar a uma forma assimilável pelas plantas, uma espécie chamada Herbaspirillum seropedicae. O inoculante à base dessas bactérias, além de reduzir a necessidade de adubação nitrogenada, promove o aumento na resistência a estresses ambientais, como o estresse hídrico, além de maior eficiência na absorção de água e de outros nutrientes que se encontram disponíveis no solo.

    O estudo também mostrou que os agricultores podem reduzir o uso de fertilizantes nitrogenados em até 50%.

    Momento da Aplicação do Inoculante

    A regra básica para aplicação dos inoculantes e outros bioinsumos é que devem ser colocados na planta no exato momento em que a cultura vai utilizá-lo. Sendo assim, no caso dos inoculantes seria no momento em que a planta vai enraizar-se.

    Em plantas de ciclo anual, por exemplo, realiza-se a inoculação por tratamento de sementes (pré-plantio) ou no próprio sulco das sementes (pós-plantio). Já em culturas perenes, realiza-se a inoculação no momento em que a planta está começando a vegetar novamente, após um período de estresse de seca ou de temperatura. Ser assertivo e colocar o ingrediente biológico (inoculante ou outro bioinsumo) no local de sua ação é o ponto mais importante.

    Outra orientação de grande importância é que o produtor siga corretamente as orientações do fabricante do produto ao realizar sua aplicação.

    Usar apenas inoculantes é o suficiente?

    Já sabemos que para a soja (leguminosa) e o milho (gramíneas) o poder dos inoculantes biológicos é diferente. No primeiro caso, a cultura pode ser atendida 100%, enquanto para o milho, há necessidade de complementação.

    Agora, quando o assunto é bioinsumos e insumos tradicionais, a regra é de complementaridade. Ou seja, um solo com boa estrutura mineral e componentes nutricionais pode ser complementado com insumos comuns para potencialização da produtividade. O mesmo se aplica aos biodefensivos, já que algumas proteções de plantas ainda demandam produtos químicos. A visão deve ser sempre de complementaridade e não de substituição.

    Inoculantes Biológicos x Bioinsumos

    É preciso não confundir inoculantes biológicos com bioinsumos. Os inoculantes biológicos são um dos bioinsumos disponíveis no mercado e o seu foco é fixação de nitrogênio para o desenvolvimento das plantas.

    Entre os demais bioinsumos estão:

    Agentes biológicos de controle

    Organismos vivos que promovem o controle das pragas de maneira natural na função de predadores e inimigos naturais.

    Bioestimulantes

    Produtos feitos a partir de substâncias naturais que podem ser aplicados nas sementes, no solo ou nas plantas para melhorar seu desempenho, a germinação, o desenvolvimento das raízes e demais processos fisiológicos das plantas.

    Biofertilizantes

    Produtos compostos por componentes ativos ou substâncias orgânicas animais, vegetais ou microbióticas, que atuam aumentando a produtividade e a qualidade das plantas.

    Condicionadores biológicos de ambientes

    Substâncias que melhoram a atividade microbiológica dos ambientes de produção.

    Indigo Agricultura e Biológicos

    A Indigo possui um amplo portfólio de produtos biológicos. Um deles é o biotrinsec simplex. Trata-se de um inoculante e bioestimulante exclusivo, composto por microorganismos que promovem o crescimento do milho e da soja. É o único produto feito à base de Bacillus simplex no Brasil.

    Para as duas culturas, o biotrinsec simplex proporciona diversos benefícios, como:

    • Aumento significativo da raiz e consequente melhor aproveitamento da água;
    • Maior aporte de nitrogênio, gerando plantas mais robustas e com mais vigor;
    • Maior solubilização do fósforo, proporcionando plantas mais nutridas;
    • Maior tolerância às doenças;
    • Mais tempo de estabilidade das sementes após o tratamento;
    • Eficiência na inoculação das raízes na soja e maior fixação de nitrogênio;
    • Ampla compatibilidade com produtos químicos.

    O biotrinsec simplex pertence à linha de alta performance da Indigo, que também conta com Bioindutor, Bionematicida, Polímero Milho e IPowder milho.

    Em parceria com os inoculantes biológicos da Indigo, encontram-se ainda os bioestimulantes, biofungicidas e os nutrientes para sementes.

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    Referências:

    https://www.embrapa.br/documents/1355054/1527012/4e+-+Inoculante+para+milho.pdf/6af01c83-ea34-4e8e-b1a0-dd6e82e695a0

    https://croplifebrasil.org/noticias/fixacao-biologica-nitrogenio/#:~:text=Dois%20tipos%20de%20microrganismos%20fixadores,como%20Rhizobium%2C%20associada%20a%20leguminosas%2C

    https://www.embrapa.br/en/tema-fixacao-biologica-de-nitrogenio/perguntas-e-respostas

    https://summitagro.estadao.com.br/saude-no-campo/inoculantes-utilidade-agricultura/

    https://maissoja.com.br/inoculantes-e-formas-de-aplicacao-na-cultura-da-soja/

    https://www.embrapa.br/documents/1355054/1527012/4d+-+Insumos+biol%C3%B3gicos.pdf/50e1fe12-be2f-4ab5-ae8c-0cd35bd2b94b