Superando os desafios logísticos no agro brasileiro: um manual para o futuro do setor

Competitividade é fundamental para qualquer setor da economia e não seria diferente com o agronegócio brasileiro. Para o país seguir como uma potência mundial na produção de alimentos é preciso enfrentar um desafio crucial para manter sua competitividade: a logística.

Perdas no transporte, escassez de portos, armazenagem insuficiente, baixa conectividade e precariedade rodoviária em diversas regiões, como a do Vale do Araguaia, são alguns dos gargalos. Quando colocamos uma lupa em algumas culturas como soja e milho, por exemplo, que possuem alta sazonalidade, o problema ganha outra dimensão. Isso porque, na época de colheita, os custos com o frete tendem a ficar ainda mais caros devido à demanda aquecida.

Segundo a SNA (Sociedade Nacional de Agricultura), o prejuízo chega a bilhões. Apenas em 2020, 1,17% da produção de soja e 1,27% da de milho do Brasil foram perdidas durante o transporte. Ainda que este percentual pareça baixo, representa R$ 5 bilhões a menos por safra.

No gráfico é possível observar que, em 2017, o impacto médio do frete para o milho, de Sorriso (MT) até o porto de Santos (SP) foi de quase 60%. Já no caso da soja, o valor do frete no custo total foi de quase um quarto do preço final, considerando o transporte de Sorriso até Paranaguá (PR).

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Segundo o relatório do Observatório Nacional de Transporte e Logística (ONTL), hoje, o deslocamento de cargas no Brasil é predominantemente rodoviário (67,61%), seguido pelo ferroviário (21,46%) e por outros meios (10,96%). 

Ainda que a participação das ferrovias seja pequena, mais de 45% das commodities agrícolas exportadas são transportadas por essa via. Levantamento da Esalq-Log mostra que a distância média de transporte de grãos no país é de 1.300 quilômetros.

Tecnologia como aliada

Esse desafio, no entanto, pode e vem sendo superado graças à tecnologia. Soluções como o rastreamento em tempo real de cargas, a otimização de rotas com base em dados de trânsito e clima, e a gestão inteligente de estoques, utilizando sensores e IoT, estão transformando a logística no agro.

Sistemas de previsão de demanda, apoiados por Big Data e Inteligência Artificial, permitem ao produtor uma melhor alocação de recursos e reduzem o desperdício.  A automação de processos, como a utilização de drones para monitoramento de lavouras e o emprego de veículos autônomos para transporte, também contribuem para uma logística mais eficiente.

Outro ponto importante a ser mencionado é a baixa capacidade de armazenagem adequada, o que também contribui para as perdas pós-colheita, especialmente de produtos perecíveis. Com a safra recorde prevista pelo IBGE, de 322,6 milhões de toneladas para 2025, com crescimento de 10,2% frente a 2024, ter bons e disponíveis silos se tornou mais um desafio. E esse é  um desafio que só aumenta, sobretudo com o crescimento constante no Brasil. 

Por isso, o país precisa realizar grandes obras que possam escoar essas cargas. Investir em armazéns modernos, com infraestrutura adequada para preservação da qualidade dos produtos, é essencial para reduzir perdas e garantir a oferta consistente de produtos ao mercado. Como também o investimento no transporte multimodal. 

Parcerias público-privada podem ajudar a reduzir os custos dos investimentos necessários para a expansão dos modais rodoviário, ferroviário, fluvial e aéreo. Essa integração é crucial para otimizar a logística e reduzir custos.  O investimento em infraestrutura ferroviária e hidroviária, especialmente em portos e armazéns, pode garantir o escoamento da produção com maior eficiência. 

Estas parcerias público-privadas seguem o exemplo de países com cadeias logísticas mais desenvolvidas. Acreditar no potencial destes investimentos é também uma forma de se proteger frente a desastres climáticos, de ser  mais eficiente.  

Prever e mitigar os impactos de eventos climáticos extremos, vendavais e enchentes com sistemas de alerta precoce é fundamental para reduzir perdas.  Incorporar variáveis climáticas aos modelos de planejamento e otimização de rotas é crucial para minimizar os riscos.

Esse esforço conjunto de produtores, empresas de logística, governo e instituições de pesquisa é o que pode fazer o país superar os enormes desafios logísticos no agronegócio. A inovação tecnológica, a integração de modais, o aumento da capacidade de armazenagem e o planejamento estratégico para lidar com os impactos climáticos são pilares para construir um setor mais eficiente, competitivo e sustentável, assegurando a posição de destaque do Brasil no cenário global de produção de alimentos. 

A adoção dessas medidas é fundamental para garantir a competitividade no longo prazo e aumentar a rentabilidade do agronegócio no país.

 

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