Prática adotada para diferentes culturas e atividades agropecuárias, o vazio sanitário é uma estratégia eficiente para o controle de pragas e doenças. Muito conhecido e amplamente difundido para controlar a ferrugem asiática (Phakopsora pachyrhizi) na soja, o bicudo-do-algodoeiro (Anthonomus grandis) no algodão e a mosca-branca (Bemisia tabaci) no feijão, esse manejo também pode ser adotado na suinocultura, na avicultura, em culturas como o maracujá e até o café.
O que você vai aprender nesse artigo:
- O que é o vazio sanitário
- Vazio sanitário na cultura de soja
- O que é a Ferrugem Asiática
- Quem é responsável por fiscalizar
- Benefícios do Vazio Sanitário para o Agro
- A relação entre a Indigo e a sustentabilidade
Vazio Sanitário na cultura de Soja
Amplamente cultivada no Brasil e de importância econômica indiscutível, a soja (Glycine max) é uma das culturas que têm vazio sanitário obrigatório e que acontece entre os meses de junho e setembro, dependendo da região.
Para esta cultura, no período safra entre a colheita e o plantio da nova safra, é obrigatório que se faça o vazio sanitário. Nesta cultura, a principal doença que reduz o potencial produtivo é a ferrugem asiática, causada por um fungo que precisa de um hospedeiro vivo para se desenvolver e se multiplicar. Trata-se de uma doença extremamente agressiva e rápida. Sua capacidade de transmissão é alta, ou seja, uma folha de soja contaminada pode disseminar os esporos a longas distâncias e, quanto mais cedo ela infecta a cultura, mais difícil é para realizar o controle. Logo, uma área onde não há o controle da doença em seu estágio inicial, pode comprometer de 80 a 90% da produtividade.
O vazio sanitário ocorre durante a entressafra e claramente quem recebe o grande benefício é o produtor rural. Além de diminuir a incidência de pragas e doenças, outro benefício é a economia com os custos de produção e, inclusive, uma maior resistência a fungicidas.
A ferrugem asiática
Com a chegada da ferrugem asiática no Brasil e grandes prejuízos para os produtores rurais, principalmente de 2005 a 2008, foi criado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) o Programa Nacional de Controle de Ferrugem Asiática da Soja (PNCFS).
Uma das estratégias desse programa foi a criação dos Comitês Estaduais de Controle da Ferrugem, que determinaram, segundo suas características, o período de vazio sanitário. Este ano, o MAPA ampliou o número de estados com obrigatoriedade e o período sanitário: de 14 para 21 estados e de 60 para 90 dias. Confira na tabela a seguir:
UF |
DATAS |
Acre |
22 de junho a 20 de setembro |
Alagoas |
01 de janeiro a 01 de abril |
Amapá |
01 de dezembro a 28 de fevereiro |
Amazonas |
15 de junho a 15 de setembro |
Bahia |
01 de julho a 30 de setembro |
Ceará |
03 de novembro a 31 de janeiro |
Distrito Federal |
01 de julho a 30 de setembro |
Goiás |
27 de junho a 24 de setembro |
Maranhão |
Região I1 1 - 02 de setembro a 30 de novembro Região II2 2 -23 de agosto a 20 de novembro Região III33 - 03 de julho a 30 de setembro |
Minas Gerais |
01 de julho a 30 de setembro |
Mato Grosso |
15 de junho a 15 de setembro |
Mato Grosso do Sul |
15 de junho a 15 de setembro |
Pará |
Região I4 4 - 15 de junho a 15 de setembro Região II55 - 01 de agosto a 30 de outubro Região III66 - 15 de Agosto a 15 de novembro |
Paraná |
10 de junho a 10 de setembro |
Piauí |
Região I7 7 - 01 de setembro a 30 de novembro Região II88 - 01 de agosto a 30 de outubro Região III99 - 01 de julho a 29 de setembro |
Rio Grande do Sul |
13 de julho a 10 de outubro |
Rondônia |
Região I10 10 - 10 de julho a 10 de setembro Região II11 11 - 15 de julho a 15 de setembro |
Roraima |
19 de janeiro a 19 de abril |
Santa Catarina |
22 de junho a 22 de setembro |
São Paulo |
15 de junho a 15 de setembro |
Tocantins |
01 de junho a 30 de setembro |
Outra estratégia adotada pelo Programa foi a calendarização da semeadura de soja, como uma maneira de reduzir a frequência de aplicações de fungicidas e consequentemente reduzir a pressão de seleção de resistência do fungo causador da ferrugem aos fungicidas. Ou seja, quanto maior o número de aplicações, maior a exposição dos fungicidas e maior a chance de acelerar o processo de seleção de populações resistentes a esses fungicidas. Confira as épocas de semeadura do calendário abaixo:
UF |
PERÍODO DE SEMEADURA |
Acre |
21 de setembro de 2022 a 08 de fevereiro de 2023 |
Alagoas |
02 de abril a 20 de agosto de 2023 |
Amapá |
01 de março a 19 de julho de 2023 |
Amazonas |
16 de setembro de 2022 a 03 de fevereiro de 2023 |
Bahia |
01 de outubro a 31 de dezembro de 2022 |
Ceará |
01 de fevereiro a 15 de julho de 2023 |
Distrito Federal |
01 de outubro a 31 de dezembro de 2022 |
Goiás |
25 de setembro a 31 de dezembro de 2022 |
Maranhão |
Região I 1 - 01 de dezembro de 2022 a 20 de março de 2023 Região II 2 - 21 de novembro de 2022 a 10 de março de 2023 Região III 3 - 01 de outubro de 2022 a 18 de janeiro de 2023 |
Minas Gerais |
01 de outubro de 2022 a 18 de janeiro de 2023 |
Mato Grosso |
16 de setembro a 03 de fevereiro de 2023 |
Mato Grosso do Sul |
16 de setembro a 31 de dezembro de 2022 |
Pará |
Região I 4 - 16 de setembro de 2022 a 04 de janeiro de 2023 Região II 5 - 01 de novembro de 2022 a 20 de fevereiro de 2023 Região III 6 - 16 de novembro de 2022 a 06 de março de 2023 |
Paraná |
11 de setembro de 2022 a 31 de janeiro de 2023 |
Piauí |
Região I 7 - 01 de dezembro de 2022 a 20 de março de 2023 Região II 8 - 01 de novembro de 2022 a 18 de fevereiro de 2023 Região III 9 - 30 de setembro de 2022 a 18 de janeiro de 2023 |
Rio Grande do Sul |
11 de outubro de 2022 a 28 de fevereiro de 2023 |
Rondônia |
Região I 10 - 11 de setembro a 30 de dezembro de 2022 Região II 11 - 16 de setembro de 2022 a 03 de fevereiro de 2023 |
Roraima |
19 de março a 06 de agosto de 2023 |
Santa Catarina |
21 de setembro de 2022 a 10 de fevereiro de 2023 |
São Paulo |
16 de setembro a 31 de dezembro de 2022 |
Tocantins |
01 de outubro de 2022 a 15 de janeiro de 2023 |
Fiscalização: quem é o responsável?
No âmbito da fiscalização das áreas, o responsável é o produtor rural, ou seja, se encontrado plantio da cultura em época de vazio sanitário, o produtor recebe sanções administrativas e/ou multas.
Benefícios para o agro
O grande benefício do vazio sanitário, além da otimização do controle da ferrugem asiática, foi tornar o manejo sanitário possível e viável! A redução do risco de resistência da doença é outro fator, uma vez que impediu que os esporos passem de uma safra para outra. Ao final, é um conjunto de práticas que, associadas ao vazio, irão resultar no sucesso da lavoura, tornando o vazio sanitário uma medida altamente sustentável!
Indigo e sustentabilidade
Para promover uma produção de alimentos mais saudáveis para os consumidores e contribuir com o meio ambiente, aqui na Indigo desenvolvemos soluções voltadas para uma agricultura mais rentável e sustentável. Para isso, empregamos tecnologias que visam, além de produzir alimentos de melhor qualidade e que supram a demanda de consumo, também promovemos práticas que melhorem a produtividade e a rentabilidade do produtor rural.
Indigo Biológicos: Inoculantes, enraizadores, promotores de crescimento e Bionematicidas
Através de pesquisas de campo, laboratórios de última geração e de ferramentas de inteligência artificial, a Indigo possui o maior banco de microrganismos do mundo. Hoje, possuímos uma linha ampla de biológicos, como inoculantes, enraizadores, promotores de crescimento, bionematicidas, além de polímeros e lubrificantes, com grande compatibilidade com os principais químicos do mercado, o que tem garantido ótimos resultados para as lavouras. Os tratamentos podem ser utilizados tanto para as lavouras de milho quanto para as de soja.
Crédito para o Produtor Rural
Sabemos que a sustentabilidade passa também pelo pilar econômico e, por isso, desenvolvemos soluções de crédito que permitem ao produtor rural acessar de forma simplificada os recursos necessários para o desenvolvimento de sua lavoura, proporcionando flexibilidade na escolha dos insumos, podendo em uma única transação incluir sementes, biológicos e até os fertilizantes. Com o Crédito para o produtor rural da Indigo, o produtor adquire o produto durante a necessidade de sua safra e só paga depois de colher.